As experiências vividas no nascimento podem deixar impressões profundas que influenciam comportamentos, crenças e padrões emocionais ao longo da vida.
Este material propõe uma reflexão sobre como essas primeiras experiências podem moldar nossa maneira de agir, sentir e se relacionar, oferecendo uma base para ampliar o autoconhecimento e compreender melhor os caminhos da nossa história pessoal.
É fundamental lembrar que cada nascimento é único e, portanto, as informações apresentadas servem apenas como uma referência para compreender possíveis correlações entre o nascimento e certos padrões comportamentais, não devendo ser interpretadas como regras absolutas.
Tudo o que será apresentado é uma tendência, e não uma lei exata.
Parto Natural
O parto natural se caracteriza por oferecer condições ideais de recepção ao novo ser que chega ao mundo. Respeita-se o tempo do bebê, em um ambiente com penumbra, temperatura acolhedora, silêncio ou apenas sussurros suaves. Prioriza-se o contato imediato com o peito da mãe e a manutenção do cordão umbilical até que cesse sua pulsação espontaneamente.
Essas condutas promovem sensações de segurança e acolhimento, fortalecem a confiança na vida, facilitam a aceitação das transformações e favorecem a tendência ao prazer. Além disso, estimulam uma vivência positiva da respiração como símbolo da vida, entre outras experiências significativas.
Parto Normal / Vaginal
Parto normal, mãe e filho participam do processo, criando intimidade entre ambos. Porém, podem haver condições de parto em hospitais que frequentemente não são as mesmas descritas no parto natural. Esses ambientes normalmente são barulhentos, agitados, excessivamente iluminados, etc..
Podem ocorrer sentimentos de abandono, irrelevância, perda de segurança, hipersensibilidade a sons, entre outras possibilidades.
Parto Cesárea
Cirurgia. Dificuldade de intimidade com a mãe.
Culpa pelo trauma cirúrgico. A sua mãe está de certo modo sendo ferida, e você pode acabar trazendo um certo sentimento de culpa por trazer sofrimento da sua mãe. Ao mesmo tempo, um certo sentimento de raiva, pela a sua ausência de direito de nascer de forma natural e no seu devido tempo. Te obrigaram a sair antes.
Pode vir nisso uma possível tendência em não terminar os seus objetivos. Começam e param uma coisa. Começam e param, começam e param…
“Eu não preciso terminar, vai acabar vindo alguém e vai fazer por mim…”
“Me impedem de fazer o que eu gostaria de realizar, algo vai acabar me interrompendo mesmo, então, para quê fazer?”
Cesárea não marcada
Talvez por uma complicação em cima da hora, uma urgência, decisão do médico, ou dos familiares…
Além dos imprints ditos anteriormente, surge ainda a crença da “mão salvadora”. Ou seja, a pessoa cresce acreditando que em momentos difíceis sempre alguém ou alguma coisa irá salvá-la de alguma coisa. Aquela pessoa que está sempre esperando que alguém faça as coisas por ela.
Cesárea marcada
O bebê não participa do início do trabalho de parto. O bebê é retirado dormindo de dentro da barriga da sua mãe. Ele não faz a participação do processo natural de nascimento.
Sentimento de não possuir o seu tempo respeitado, nada nem ninguém respeita o seu tempo de agir, tempo de falar, tempo de se tornar alguém melhor, e ainda, a crença da “mão invasora”. Ou seja, crença de que alguém ou alguma coisa de força maior irá invadir o seu próprio espaço.
Sentimento de que seus planos serão atrapalhados por algo, mesmo que isso não ocorra.
Parto com Fórceps
O local onde há contato com o fórceps permanece hipersensível, porque machuca.
Isso pode trazer no inconsciente daquela pessoa que nasceu assim, pode trazer uma associação de amor e dor. O conflito entre sentir que precisa de ajuda e o forte desejo de ser independente, pois lembra-se que todo tipo de ajuda pode ser dolorosa.
Aquela pessoa que mesmo precisando de ajuda, prefere fazer tudo sozinha, pode ser por esse tipo de associação.
“Toda vez que eu pedir ajuda, de alguma forma isso pode gerar dor”
A associação de que amor e dor são a mesma coisa podem gerar naquela pessoa dificuldades de relacionamento.
Circular de Cordão
Quando o cordão umbilical vem enrolado no pescoço ou no corpo do bebê, de um modo sufocante. Dificultando o nascimento do bebê.
Pode gerar um medo da vida. Medo de viver, achando que tudo dará errado. Medos excessivos. Tendências a criar uma tempestade em copo d’água.
Como acabaram de vir ao mundo passando por aquela dificuldade, podem achar que em qualquer dificuldade é como possuir um cordão em volta delas. Associação entre vida e morte. Recriando frequentemente situações de ameaça à vida para sentir-se vivo.
Pode ser o contexto de pessoas que se arriscam, como em esportes radicais, pois colocar-se em perigo, fará com que se sintam mais vivos.
Também, pode haver uma hipersensibilidade no pescoço. Rejeição a argola alta, gargantilha, colares, dores de garganta ou dificuldades na fala.
Parto Prolongado
Duração de 6 a 8 horas.
Crenças de que as vitórias e conquistas dessa vida precisam de muito trabalho e muito esforço. Associação de lutar e ter sucesso.
Muitas pessoas acreditam que na vida tudo precisa ser difícil. Tanto que quando conseguem algo de modo fácil, não valorizam, ou arruinam esta situação.
Ex: Uma pessoa que está acostumada a trabalhar demais, até que um dia ela é promovida a um cargo mais gerencial, onde precisaria ser feito menos trabalhoso (como precisando pôr menos a “mão na massa”). Ela pode vir a criar atos sabotadores e situações que a tirariam daquela posição.
Dificuldade em descansar. Sempre envolvida em alguma coisa, projeto, podendo causar uma vida desequilibrada. Dar um excesso de atenção em uma área da vida, e não dar atenção em outras.
Parto Rápido
Menos de 3 a 4 horas.
Crenças do imediatismo. Realizações rápidas, impaciências e intolerâncias em ter que esperar. Realizações rápidas. Tendência à hiperatividade. Dificuldade em aceitar ajuda, crença na autossuficiência.
Parto Obstruído ou Parada de Progressão
Parto que progride normalmente até um certo ponto e depois, por alguma razão, não progride mais. Tudo prossegue naturalmente e depois de um ponto, parece que não quer mais nascer, podendo levar mais tempo para acontecer este nascimento.
Pessoas que podem demonstrar na vida problemas para avançar. Muitas vezes você pode ficar anos sem vê-la, mas quando a vê, percebe que ela está no mesmo lugar, não conseguiu crescer e progredir.
Podem ter o sentimento de que as coisas nunca se resolvem, e por este próprio processo, ela pode nem ir buscar uma solução, mantendo-se na reclamação.
Obstruções repetitivas no nascimento pode representar aquelas pessoas que começam e param algo, começam e param inúmeras vezes, mas não terminam.
Parto Prematuro
Quando o bebê vem antes de completar o período normal de nascimento.
Vir de forma prematura pode manifestar nas pessoas uma certa dificuldade de lidar com horários e o tempo em geral.
Podem ter uma sensação de vulnerabilidade e desproteção. Podem se sentir muito sensíveis, vulneráveis e muito inseguras sobre tomar algumas ações na vida.
Dificuldade para perceber variações sutis de temperatura, e dificuldade de interação com as pessoas. Isso porque geralmente o bebê prematuro fica um tempo maior em observação dentro dos instrumentos médicos. Ele fica por tanto mais tempo isolado do mundo, não é um bebê que nasce e logo possui o contato com a mãe e familiares. Por conta disso, podem apresentar uma forma mais introspectiva de ser.
Podem apresentar grande interesse ou repulsa em máquinas e equipamentos, pois, de certo modo, obteve um desenvolvimento de uma forma mais mecânica.
Parto Tardio e/ou Pós-maturo
O bebê permanece no útero mesmo após o tempo considerado normal ao de gestação. Se a placenta não suprir as necessidades do feto, o bebê pode emagrecer e enfrentar restrições nutricionais, o que pode resultar em danos de maior ou menor severidade;
Possível dificuldade em lidar com horários e com o tempo em geral.
Sentimento de que as pessoas ou situações de vida o “sufocam”. As vezes pode se sentir sufocada por qualquer cobrança, não saber receber um feedback, pois isso pode vir como uma forma de sufocamento. São possíveis padrões que podem vir a ser desenvolvidos.
Parto com Anestesia
Como a parte inferior do corpo da mãe fica anestesiada, ela não participa ativamente do parto;
Pode apresentar sentimentos de desconexão com a mãe, memória seletiva, tendências ao abuso de medicamentos ou drogas, dificuldade em tomar decisões, apatia, crença de não poder contar com a mãe, ou simplesmente busca se afastar da mãe.
Anestesia geral: tendência à depressão e problemas respiratórios.
Parto Induzido
A mãe toma, durante o trabalho de parto, uma injeção extra de ocitocina (de forma sintética), hormônio do amor.
Aversão ou compulsão por horários, obstinação, introversão, sensação de que os outros decidem por ele, e por isso não se comprometem plenamente com a vida (estudos, faculdades, trabalho, com a vida…). Pois pode sempre vir um sentimento de que outra pessoa virá decidir por ele mesmo, então para quê esquentar a cabeça com este tipo de coisa?
Bebê Roxo ou Branco
Alguns bebês podem nascer com deficiência aguda (roxo) ou crônica (branco) de oxigênio;
Podem ter tendência à escassez: Acreditam sempre que podem vir a perder, que não possuem o suficiente, pouco amor, poucas condições materiais, pouca diversão, não merecem o suficiente.
Tendência a acreditar que a vida é difícil, assim como chegou ao mundo. Isso a impede de serem mais realizadoras, pois acreditam que a vida é escassa, assim como era o oxigênio no dia da sua vinda ao mundo.
Gêmeos
Dois ou mais bebês no mesmo útero;
Tendência à competição por amor ou atenção, principalmente dos pais.;
Possíveis posturas: O primeiro desenvolve culpa e superproteção em relação ao(s) outro(s) e o último desenvolve sentimentos de raiva, tristeza, abandono, por ter sido deixado por último.
Podem vir a precisar de outra pessoa para se sentirem completos e em oposição. Necessidade de sempre estar próximo a alguém e em um relacionamento, podendo ter que aceitar e se submeter a qualquer condição.
Possível gemelaridade que não vingou
É quando uma gravidez começa com dois embriões (ou mais), mas apenas um se desenvolve até o nascimento. Pode ocorrer muito cedo (às vezes antes mesmo de a mãe saber que eram gêmeos). Também chamado de gêmeo evanescente.
Possíveis contextos:
Melancolia, solidão; Procura da sua alma-gêmea; Comunicação além das palavras; As amizades são vividas como uma fusão.
Dificuldade de escolher (a escolha é uma renúncia).
Medo de empreender, pois está convencido de que não poderá terminar. (Começar as coisas, pode não terminar bem. Pode haver uma morte. Se na minha gestação houve uma morte, é melhor não começar algo, pois pode terminar em algo terrível. A Gestação é um primeiro projeto de vida. E se nele teve um problema, os outros projetos também podem ter um problema).
O encontro de um parceiro que irá expressar todas as críticas que o outro poderia lhe fazer (você me sufoca, quer tudo para si, toma todo o lugar, me interrompe sem parar, queixas permanentes. Acredita que o seu gêmeo que não vingou, falaria assim com ele. Como uma forma de remissão por ter vindo a vida).
Apresentação Córmica
Ao invés de estar com a cabeça no assoalho pélvico, o bebê está deitado de lado (atravessado). É uma situação que, nos dias de hoje, sempre termina em cesariana.
Queixam-se de estarem indo em direções equivocadas na vida.
Dificuldade de orientação, dores corporais, excesso de movimento (inquietudes corporais), aversão à manipulação (contato, detestam serem tocadas) por já sofreram muito com toques para corrigir a postura de nascimento.
Apresentação Pélvica
Mais conhecido quando o bebê está sentado no momento do nascimento. Às vezes, o primeiro membro a sair é um ou os dois pés, um ou os dois joelhos, e às vezes as nádegas.
Pode haver tendência a tornar as coisas mais difíceis do que são, ou fazê-las ao contrário, começando de trás para frente. Rejeitam ajuda, preferem fazer do jeito delas, sozinhas.
Apresentação Facial
O bebê está com o rosto e não com o topo da cabeça no assoalho pélvico, ou seja, o pescoço está completamente flexionado para trás.
Pode ter tendência à precipitação e necessidade de se sentir exposto, de ser criticado, de “dar a cara para bater”. Arrisca mais.
Outros padrões
Existem outros padrões que devem ser considerados, como todo o contexto familiar que se encontra o recém nascido. Se era um filho esperado, desejado, qual sexo esperavam que fosse. Se foi o primeiro, segundo filho… Se aconteceram outros abortos antes da sua concepção, ou se houve tentativa de aborto durante a gestação, se houveram mortes próximas (ambiente de luto à sua chegada).
Como era o ambiente familiar? Pacífico, violento? Algum uso de drogas por parte dos pais?
Quais são as heranças familiares trazidas por este grupo familiar? Houveram perdas gestacionais dolorosas?
Alguma mulher que obteve uma gravidez não aceita na família, seja por contexto religioso, étinico, cultural e etc… Pais, avós que passaram por dificuldades financeiras depois que engravidaram?
Obtemos inúmeras situações, e não é preciso necessariamente listá-las uma por uma. O mais importante é aprender a observar e conectar as situações de concepção, gestação, nascimento e pós-parto com os padrões de vida recebidos, para assim, ressignificá-los.
Para quem deseja se aprofundar mais nesse tema ou busca um atendimento terapêutico voltado a essas questões, uma boa opção é a Terapia Rebirthing — ou Terapia do Renascimento —, como a que é oferecida pelo Instituto Giomo.
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